Vossos filhos não são vossos filhos.
O Profeta, de Khalil Gibran
São os filhos e as filhas da ânsia da vida por si mesma.
Vêm através de vós, mas não de vós.
E embora vivam convosco, não vos pertencem.
Podeis outorgar-lhes vosso amor, mas não vossos pensamentos,
Porque eles têm seus próprios pensamentos.
Podeis abrigar seus corpos, mas não suas almas;
Pois suas almas moram na mansão do amanhã,
Que vós não podeis visitar nem mesmo em sonho.
Podeis esforçar-vos por ser como eles, mas não procureis fazê-los como vós,
Porque a vida não anda para trás e não se demora com os dias passados.
Vós sois os arcos dos quais vossos filhos são arremessados como flechas vivas.
O arqueiro mira o alvo na senda do infinito e vos estica com toda a sua força
Para que suas flechas se projetem, rápidas e para longe.
Que vosso encurvamento na mão do arqueiro seja vossa alegria:
Pois assim como ele ama a flecha que voa,
Ama também o arco que permanece estável.
Hoje percebi, senti, um corte.
Ela está a crescer, está confiante, segura dos caminhos que toma. Foi o que observei hoje no nosso passeio na floresta.
Que bom! Era mesmo o que eu sonhava quando começou a andar…
O tempo passa rápido e agora, ao mesmo tempo, sinto tristeza, uma profunda tristeza, porque já não é a “minha” criança que fica colada a mim, que se esconde atrás das minhas pernas, que me beija vinte vezes antes de a deixar na escola, que chora quando cai, quando não estou por perto…precisa de espaço, do espaço dela.
Eu preciso de fazer um luto, porque isso já não volta, preciso de a largar, de a libertar. Ela quer começar o seu voo e eu, em quanto mãe, devo deixa-la ir, acompanha-la com uma outra distância, com confiança. E não sufoca-la, trava-la com os meus medos. E em vez disso, aproveitar o que surge para me conhecer melhor e tornar-me mais consciente.
Vai linda Camilla
Eu estou aqui.
Vou continuar a fazer do meu melhor para te apoiar nessa magnifica viagem que nos proporcionamos.
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