Nunca escrevi sobre esse capítulo da minha vida para o contar aos outros. Talvez por ter medo do que podiam pensar, de não o saber resumir (pois realmente dava um livro…), ou por ainda não ter ganho a perspetiva certa sobre a “avalanche” de acontecimentos dessa altura.
Sempre tive uma paixão para as autocaravanas. Tenho há 20 anos e adoro esse modo de viajar que me dá muita liberdade de movimento a muito conforto ao mesmo tempo.
Quando nasceu a minha primeira filha queria ter tirado um ano sabático em família, para (re)descobrir-me e (re)conhecer-me na maternidade e poder viver um tempo sem tempo e uma “direção sem direção” para conhecer a minha pequena e ter ocasião de poder-nos redefinir-nos e (re)apaixonarmo-nos como família.
Mas a vida nem sempre nos traz as experiências que e como nós queremos…as expectativas as vezes nos fazem rasteiras e na realidade cada coisa é perfeita assim como é , acontece como e quando tem que acontecer para que possamos ter as experiências necessárias para o nosso caminho, a nossa evolução. Eu aprendi que o primeiro passo é render-se!
E assim, uns anos depois aconteceu… um ano na autocaravana!
Sozinha com as minhas filhas. Desta vez não foi uma escolha planificada e sonhada, mas uma “adaptação” aos acontecimentos da vida, do momento.
Um grande desafio. Por minha sorte eu gosto de desafios! Sei que me fazem crescer, trazem mais consciência sobre mim mesma (coisa fundamental na parentalidade!!!) fazem com que o meu instinto, o meu coração, a minha essência sejam os protagonistas .
Tudo o que tinha estudado, investigado, lido, aprendido, experienciado até aí, foi posto à dura prova e muito o que sou (e que sei) hoje em dia é em parte fruto daquele ano.
Força, medo, insegurança, coragem, rendição, raiva, tristeza, alegria, solidão, amizades, desamparo, aceitação, doença, suporte, dor e prazer…tudo foi vivenciado de forma exponenciada…
As minhas filhas estavam felizes, as crianças têm uma capacidade de adaptação incrível, e se nós estamos internamente bem (pois com elas é recusado fazer teatro…!) elas estão bem!
Houve espaço para diálogos, escutas e reflexões incríveis e profundos.
Quando se partilha durante tanto tempo um espaço tão pequeno (onde por exemplo, por um passar o outro tem que se sentar…) o assunto dos limites pessoais e dos outros se torna de uma importância existencial! Tive que estar super atenta às necessidades de cada uma de nós! E muitas vezes a necessidade de uma, chocava com a da outra, assim tive que me tornar uma especialista nessa gestão, sem cair no erro de “quem tem razão e quem está errado”… pois todos temos o direito de ter necessidades e que essas sejam respeitadas atendidas.
A gentileza. O diálogo. A escuta. O respeito. O amor para nós próprios. O acreditar. A colaboração. A cocriação. A adaptabilidade. O aceitar a imperfeição. O viver com menos. A conexão. A curiosidade. A criatividade (!!!!). O estar ligados aos ciclos do dia e da noite, das estações do ano. O dar mais importância ao que vem de dentro. A consciência de que TUDO o que fazemos tem um IMPACTO no outro e no todo.
E eu não podia ter tido um curso de desenvolvimento humano, de empowerment, motivacional, retiro espiritual, de sagrado feminino… melhor do que esse!!
O empoderamento teve que vir de mim mesma, mesmo quando as vezes, só me apetecia baixar os braços e dizer “essa não consigo aguentar”!
Mesmo com todos os desafios, senti-me no caminho certo, alinhada comigo mesma, inteira, autêntica, humilde, a procurar abraçar-me na minha imperfeição. Como o sol, que como inspiração, todos os dias surge e nos aquece a alma.
Nada se torna um obstáculo quando queremos mesmo fazer algo acontecer, e eu precisava de acreditar em mim mesma. Acreditar que era capaz, praticando a aceitação das coisas não serem propriamente como eu (ou as minhas filhas) gostaria que fossem.
Verdade é que quando conseguimos ver as situações com as lentes certas, com outra perspetiva, com o distanciamento certo (sem estar completamente “embrulhados” emocionalmente) tudo se torna uma experiência de aprendizagem e crescimento, e assim foi! Uma experiência riquíssima e belíssima, onde houve espaço para tudo, lagrimas de felicidade e de tristeza…tudo fez parte!
Uma coisa é certa: o pouco espaço físico, se tornou num ENORME espaço de AMOR, CONEXÃO e EXPERIÊNCIA! E o nosso quintal era o mundo 😉
E sei que a vida é um caminho… e eu adoro caminhar, descobrir-me a cada esquina, nas subidas e nas descidas, partilhar as minhas experiências e a estrada com quem quer andar ao meu lado!!!
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Non ho mai scritto di questo capitolo della mia vita per raccontarlo agli altri. Forse per aver paura di ció che avrebbero potuto pensare, di non saperlo riassumere (effettivamente ne potrei scrivere um libro…) o perché non avevo ancora la giusta prospettiva della “valanga” degli eventi di quel período.
Ho sempre avuto uma passione per i camper. Ce l’ho da 20 anni e adoro questo modo di vaiggiare che mi da molta libertá di movimento ed é allo stesso tempo molto confortevole.
Quando é nata la mia prima figlia avrei voluto prendere um anno sabático in famiglia, per (ri)scoprirmi e (ri)conoscermi nella maternitá e poter vivere um tempo senza tempo e u na “direzione senza direzione” per conoscere la mia piccola e aver ocasione per poterci ridefinire e (ri)innamorarci come famiglia.
Ma la vita non sempre ci offre le esperienze che e come noi vogliamo…
Le aspettative a volte ci fanno lo sgambetto e in realtà tutto è perfetto così com’è, succede come e quando deve accadere in modo che si possano avere le esperienze necessarie per la nostra crescita, la nostra evoluzione possano avvenire.
Io ho imparato che il primo passo è arrendersi!
E così, qualche anno dopo è successo … un anno in camper!
Da sola con le mie figlie. Questa volta non è stata una scelta programmata e sognata, ma un “adattamento” agli eventi della vita, del momento.
Una grande sfida. Ma per fortuna a me le sfide piacciono!
So che mi fanno crescere, portano più consapevolezza su me stessa (cosa fondamentale nella genitorialità !!!) fanno si che il mio istinto, il mio cuore, la mia essenza siano i protagonisti.
Tutto quello che avevo studiato, indagato, letto, imparato, sperimentato fino a quel momento, è stato messo a dura prova, e molto di quello che sono (e di quello che so) oggi è in parte frutto di quell’anno.
Forza, paura, insicurezza, resa, rabbia, tristezza, gioia, solitudine, amicizie, impotenza, accettazione, malattia, sostegno, inadeguatezza, dolore e piacere … ho vissuto tutto in modo esponenziale…
Le mie figlie erano felici, poiché i bambini hanno un’incredibile capacità di adattamento, e se noi genitori stiamo bene internamente anche loro stanno bene, ed é inutile fare finta…;)
C’é stato spazio per dialoghi, ascolto e riflessioni incredibili e profonde.
Quando uno spazio così piccolo viene condiviso per così tanto tempo (dove, per esempio, uno deve sedersi perché l’altro possa passare…) il tema dei limiti personali e dell’altro diventa esistenzialmente importante!
Ho dovuto essere molto attenta alle necessità di ognuna di noi! E il bisogno di una spesso si “scontrava” con quello dell’altra, quindi sono diventata uma specialista a gestire e rispettarci, senza cadere nel “chi ha ragione e chi ha torto”. Ognuno ha diritto alle proprie necessità e che queste siano rispettate e corrisposte.
La gentilezza. Il dialogo. L’ ascolto. Il rispetto. L’amore per noi stessi. Il crederci. La collaborazione. La co-creazione. L’adattabilità. L’accettare l’imperfezione. Il vivere con meno. La connessione. La curiosità. La creatività (!!!!). Essere legati ai cicli del giorno e della notte, delle stagioni. Dare più importanza a ciò che viene da dentro. La consapevolezza che TUTTO quello che facciamo ha un IMPATTO sull’altro e sul tutto.
E non avrei potuto seguire un corso di crescita personale, sviluppo umano, empowerment, motivazionale, ritiro spirituale, sacro femminile… meglio di questo!!
L’empowerment doveva venire da me stessa, anche quando, in certi momenti, avrei solo voluto abbassare le braccia e dire “Non ce la faccio piú”!
Nonostante tutte le sfide da affrontare, ho sentito che erro sulla strada giusta, non sempre facile, ma giusta! Allineata con me stessa, intera, integra, autentica, umile, cercando di abbracciarmi nella mia imperfezione. Come il sole, che ogni giorno sorge e riscalda le nostre anime, s oche tutto scorre, tutto passa e ha um enorme valore.
Niente diventa un ostacolo quando vogliamo davvero far accadere qualcosa e io avevo bisogno di credere in me stessa. Credere di essere capace, praticando l’accettazione delle cose che non sono esattamente come io (o le mie figlie) avrei voluto che fossero.
La veritá é che quando riusciamo vedere le situazioni con le lenti giuste, da un’altra prospettiva e con la giusta distanza (senza essere completamente “aggrovigliati” emotivamente) tutto diventa un’esperienza di apprendimento e di crescita, e così é stato!
É stata um esperienza ricchissima e bellissima, abbiamo pianto di gioia e di tristezza, c’é stato spazio per tutto!
Una cosa è certa: il piccolo spazio fisico, è diventato un ENORME spazio di AMORE, CONNESSIONE e ESPERIENZA! E il nostro giardino era il mondo 😉
So che la vita è un cammino… e io amo camminare, scoprirmi ad ogni angolo, nelle salite e nelle discese, condividere le mie esperienze e la strada con chi vuole stare al mio fianco!!!
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