Tudo, a toda a hora traz aprendizagens

Fomos a um parque de diversões de piscinas e escorregas. As minhas filhas estavam tão entusiasmadas, e eu com elas. Desafiaram-me a enfrentar os meus medos de me lançar em escorregas a 90 graus onde até me tremiam as pernas, onde só tinha que confiar em quem idealizou e construiu a estrutura em si…😬😅

Foi um dia não stop de subir e descer. Risos e arrepios, a minha criança interna a saltar de alegria.

Até que não deixaram a Mia desfrutar de uma atração porque havia uma regras que menores de 18 anos tinham que ter 1,60m de altura e a ela faltavam-lhe 3cm…

Tentei muito convencer o responsável a deixá-la fazer comigo, mas não foi mesmo possível…

Este episódio fez nascer uma fortíssima emoção de raiva, tristeza, amargura na Mia. De repente pareceu que toda a experiência de felicidade e euforia do resto do dia tivesse desaparecido frente a esse acontecimento. Notei quão fácil teria sido criticar as regras da estrutura, ou criticar a Mia para não aceitar as regras…para parar com aquela manifestação de tristeza que iria “sujar” a beleza do dia. O notar isso em mim, o ter tido essa consciência, permitiu-me agir de outra forma. Permitiu-me acolher a tristeza, ficar com ela nessa tristeza, entender a frustração e fazer-lhe notar como esse episódio estava a anular tudo o resto. Fiquei simplesmente ao lado dela dizendo-lhe que entendia o seu sentir. A seguir desafiei-a a trazer aprendizagem disso tudo. A perceber como cada coisa tem o seu tempo. Que é preciso saber esperar. Como isso facilmente pode acontecer noutras circunstâncias, em que algo que não acontece conforme as nossas expectativas, pode impedir-nos de desfrutar do todo e aceitar que a vida nem sempre nos dá o que nós desejamos como o desejamos…

É importante e fundamental aprender a dançar com a vida e saber que nem sempre somos nós a colocar a música que mais gostamos. E por último também empatizar, sem julgamento, com o responsável iremovivel das regras, entendendo que ele estava a fazer o seu melhor. E que cada um tem direito em ter a sua opinião e são todas lícitas e válidas.

Para que tudo isso seja possível é fundamental perceber como o que “os outros” (sejam filhos, amigos, funcionários ou companheiros) fazem, nos impacta. Tendo esse distanciamento e a consciência do que surge em nos, podemos agir de forma muito mais construtiva.

Claro são precisos tempo, curiosidade, auto-observação, empatia, honestidade e gentileza.

É preciso agir em vez de reagir.

Depois desse processo, o que resta é uma marca tão rica na ligação com a minha filha, é mais uma volta nas ondas das emoções que a vai ajudar a ganhar resiliência e a ter a oportunidade de notar quantas possibilidades, perspectivas de reflexão podem existir a partir de um simples acontecimento que se não aproveitadas podem “estragar” o dia 🙌

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