As vezes o processo de enraizamento em nós próprios pode ser confuso.
Podemos sentir-nos numa tempestade interna, em que apetece ir a correr para um lugar seguro, para um abraço materno, para “casa”.
Até conseguirmos interiorizar que a casa somos nós.
Que podemos encontrar calma interna na tempestade, porque sabemos que ela vai passar.
Pode ser duro, confuso. Pode virar o estômago ao contrário. Podemos sentir zumbido nos ouvidos. Podemos ter vontade de gritar. Podemos sentir revolta. Podemos sentirmo-nos completamente perdidos. Podemos sentir-nos num túnel sem ver a luz ao fundo.
Mas se escutarmos bem, internamente sabemos que todos os túneis acabam e que há luz.
E é ficando aí, sem fugir, dando-nos tempo para que a nossa sabedoria interna possa emergir é que o processo acontece.
Mais vezes nós conseguimos passar por esse processo, mais resilientes nos tornamos.
Mais fortes, mais capazes. Mais íntegros.
E vamos conseguir Ser cada vez mais.
Tirando camadas de condicionalismo. De dor. De feridas.
São processos solitários. São processos internos.
Não porque não temos ninguém a quem recorrer, mas porque precisamos de aprender a estar connosco.
A confiar em nós, na nossa sabedoria interna e no processo.
A sentir que não nos abandonamos.
Na força do ficar, do recolhimento. Em prole da nossa própria verdade. Da nossa dignidade.
Se não conseguimos estar perto de nós próprios, como podemos estar próximos do outro? E sobretudo : o que estamos a levar para o outro?
Mais cada um de nós está em verdade, responsável pelo próprio sentir, mais emanamos essa energia para o mundo, para quem está ao nosso lado.
Só assim mudamos o mundo.
Só assim permitimos que cada um faça o seu processo de cura e de alinhamento com a própria essência!
Só assim podemos Ser em toda a nossa grandeza.
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