“Ser mãe é aprender a baloiçar entre o abraçar e o largar”
Mãe.
Amor de mãe.
Aquele que sabe quando é preciso segurar, abraçar, envolver, proteger e quando é fundamental deixar ir, largar.
A primeira vez que isso acontece é no nascimento. Nove meses a cuidar 24 horas por dia. Mas depois é essencial deixar ir. É mesmo aí que a criança aprende a respirar com os seus próprios pulmões.
Acreditar, pela primeira vez, que se o nosso filho não sair da proteção da nossa barriga, vai ser tão prejudicial que o vai levar à morte. Nossa e dele.
Ser mãe tem a ver com equilíbrios. Tem a ver com essa capacidade de balancear entre abraçar, envolver, proteger e largar, deixar ir, abrir mão.
Obviamente essa atitude tem que acompanhar o desenvolvimento da criança, é importante estar informados sobre quais são as necessidades de cada fase de crescimento da criança!
Sei que é muito desafiante…
Ao observar-me no meu ser mãe e nas sessões e cursos, percebi quanto na proteção cega dos filhos, muitas vezes está escondida na sombra uma falta de confiança neles e na capacidade/necessidade que eles têm de se adaptarem, de se autonomizar, de conseguirem. E muitas vezes também tenho observado como a dificuldade nesse deixá-los ir esconde um não querer olhar para as próprias vidas…esse cuidar “absoluto” ajuda a mantermo-nos muito ocupadas nesse “ser mãe” anulando todo os outros aspetos da nossa vida, até a nossa essência…
Para um crescer saudável todas as crianças precisam que progressivamente se abra mão delas, que o amor incondicional que eles merecem inclui essa confiança no deixar ir, no cortar vários cordões umbilicais, porque ao longo do desenvolvimento precisam de ganhar asas e se afastarem seguros de serem profundamente amados nesse levantar voo.
No Comments