Comparação

Crescemos sendo comparados com os outros.
A paz e a felicidade são continuamente minadas com a comparação desde a infância. Em casa, na escola, em atividades extracurriculares, com irmãos, primos, colegas.

“Olha a tua irmã que come tudo rápido sem se queixar”
“Devias ser como o João, ele tem sempre boas notas”
“A Maria é sempre tão simpática, devias aprender com ela!”

Essas vivências, moldam a perceção do NOSSO VALOR medindo-o pelos padrões externos e não pelo que somos, na nossa unicidade.
Na escola, somos avaliados por notas, conquistas académicas, incentivando à comparação com o outro e a uma competição externa não saudável.

Já agora…no dicionário de português, a definição de avaliar é :
1. Determinar o valor de.
2. Compreender.
3. Apreciar, prezar.

Estão a ver a importância e o significado profundo de cada “avaliação”? A comparação deixa uma marca gigante na nossa vida. A infância é onde crescem e se consolidam as raízes do nosso ser adultos…

“Eu tenho que ser melhor do que o Luís, Maria, Hugo, Ines….” ou “como a Joana, o Manuel…”
Vou ter que sempre “mais que” alguém.


Isso vai gerar um sentido de insuficiência e incapacidade, assim como crenças limitadoras que vão fazer-me perder o contacto, esquecer, da minha essência e do meu Valor único. Acredito que cada um de nós, um vem aqui com um propósito e ele precisa de um olhar que saiba “apreciar e prezar” as nossas características específicas, para que elas possam crescer, fortificar-se e florescer a partir da semente unica que cada um de nos é desde o nascimento.

A ideia de que o meu valor e sucesso está intrinsecamente ligado ao meu desempenho comparativamente com os outros é uma das crenças que precisamos desconstruir.

Na educação, é essencial incentivar a aceitação e celebrar as diferenças. Ao testemunhar e valorizar os talentos únicos de cada criança, estamos a construir a base para uma futura geração menos propensa à armadilha da comparação, muito mais rica, livre, pacífica, capaz e empoderada.
O ciclo da comparação, acompanha-nos durante a vida toda, assombrando o nosso dia a dia, fazendo-nos duvidar das nossas capacidades e dons.
Vivemos num mundo onde somos constantemente bombardeados, com vidas e pessoas aparentemente perfeitas, bem sucedidas. Assim medimo-nos constantemente com a aparente perfeição, levando-nos a duvidar das nossas conquistas e a questionar o nosso próprio valor.

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